<font color=0093dd>O poeta perguntador,<br> o poeta comunista</font>
«Visto que, como escritor, me sinto irmão de todos os outros trabalhadores, e não mais que trabalhador, irmão dos outros, para os escritores portugueses e, portanto, para mim como escritor, reivindico o mesmo que para a população trabalhadora em geral, ou seja, o direito ao trabalho, o direito a habitação condigna, o direito à saúde, o direito aos lazeres e o direito à reforma», afirmou Armindo Rodrigues em 1979, numa entrevista ao jornal O Diário.
O poeta participou desde jovem nas actividades do PCP e, como escreveu numa «Autobiografia Sucinta», «por fidelidade à minha ideologia fui preso quatro vezes». Foi um «comunista convicto até à morte», afirmou Carlos Aboim Inglez no seu funeral, em 1993. «Muito cantou, felizmente, porque foi um ser intensamente apaixonado pela vida, pelos homens, pelo mundo. Para nada olhava de olhos plácidos, e inteiro se dava em cada acto seu», acrescentou, na ocasião.
José Saramago classificou-o como «um poeta de rua, de lugar habitado, não é um poeta urbano; é poeta de charneca e montado, não de cepa bucólica. Um poeta como ele não anseia, não indaga, não questiona. Pergunta como qualquer homem comum que apenas quer saber o caminho, pergunta sempre e a todos, pergunta a si próprio, é, em três palavras simples, o poeta perguntador.» «Entre os poetas portugueses não vejo muitos que, como Armindo Rodrigues, saibam utilizar a palavra corrente, quotidiana, trabalhando-a, por aproximação ou oposição, em veículo rigoroso de conteúdo poético», acrescentou o autor.
Em 1980, Armindo Rodrigues, noutra entrevista a’«O Diário», dizia que «Portugal é um pequeno país com um número limitado de cidadãos alfabetos. Quem lê é uma percentagem mínima da população, isto pata já não falar do reduzido poder de compra. Creio que só numa sociedade socialista o escritor tem possibilidade de viver exclusivamente da sua profissão. Havia escritores franceses que defendiam a existência da outra profissão, para além da de escritor, como coisa saudável. No meu caso, por exemplo, a medicina nunca prejudicou a minha actividade como escritor ou vice-versa.» Palavras de um homem arreigado ao mundo e à realidade, considerações ainda hoje aplicáveis a Portugal.
O poeta participou desde jovem nas actividades do PCP e, como escreveu numa «Autobiografia Sucinta», «por fidelidade à minha ideologia fui preso quatro vezes». Foi um «comunista convicto até à morte», afirmou Carlos Aboim Inglez no seu funeral, em 1993. «Muito cantou, felizmente, porque foi um ser intensamente apaixonado pela vida, pelos homens, pelo mundo. Para nada olhava de olhos plácidos, e inteiro se dava em cada acto seu», acrescentou, na ocasião.
José Saramago classificou-o como «um poeta de rua, de lugar habitado, não é um poeta urbano; é poeta de charneca e montado, não de cepa bucólica. Um poeta como ele não anseia, não indaga, não questiona. Pergunta como qualquer homem comum que apenas quer saber o caminho, pergunta sempre e a todos, pergunta a si próprio, é, em três palavras simples, o poeta perguntador.» «Entre os poetas portugueses não vejo muitos que, como Armindo Rodrigues, saibam utilizar a palavra corrente, quotidiana, trabalhando-a, por aproximação ou oposição, em veículo rigoroso de conteúdo poético», acrescentou o autor.
Em 1980, Armindo Rodrigues, noutra entrevista a’«O Diário», dizia que «Portugal é um pequeno país com um número limitado de cidadãos alfabetos. Quem lê é uma percentagem mínima da população, isto pata já não falar do reduzido poder de compra. Creio que só numa sociedade socialista o escritor tem possibilidade de viver exclusivamente da sua profissão. Havia escritores franceses que defendiam a existência da outra profissão, para além da de escritor, como coisa saudável. No meu caso, por exemplo, a medicina nunca prejudicou a minha actividade como escritor ou vice-versa.» Palavras de um homem arreigado ao mundo e à realidade, considerações ainda hoje aplicáveis a Portugal.